A vida em um dia | DISSECANDO #2

Opa, tudo bom? Segue mais uma parte da série #dissecando :) Título: A Vida em um Dia Estreou em: 20 de Abril de 2012 no Brasi...


Opa, tudo bom?
Segue mais uma parte da série #dissecando :)

Título: A Vida em um Dia
Estreou em: 20 de Abril de 2012 no Brasil ( 1h30min )
Dirigido por: Kevin Macdonald, Zillah Bowes, Hiroaki Aikawa, Natalia Andreadis, Jack Attridge, Cristina Bocchialini, Andrea Dalla Costa e Lisa Cottrell-Bentley.
Produção: Ridley Scott, Tony Scott, Liza Marshall e Kevin Macdonald.
Origem: Reino Unido
Gênero: Documentário


Dia 24 de Julho de 2010 pode ter sido um dia qualquer para você, apenas um dia entre muitos, mas 24 de Julho foi mais do que isso. A vida de várias pessoas foram gravadas em 192 países, rendendo um material de 4.500hrs de gravação profissional e amadora. Uma sequência de imagens belas, registradas de forma profissional ou amadora.
     
A Vida em Um Dia é um documentário que retrata a beleza e o horror ( para alguns ) da vida humana. Nos mostra um grande contraste entre as culturas de nosso mundo e suas semelhanças, por vezes mínimas, mas belas. 

O projeto foi elaborado em parceria do Youtube com os cineastas Ridley ( De Alien, Blade Runner e Gladiador! ) e Tony Scott (Fome de Viver!) , com a direção de Kevin Macdonald (O Ultimo Rei da Escócia). E o material final foi enviado para o próprio Youtube, em uma página especial para o documentário. 

O conceito do projeto é o de "Câmara do Tempo", onde um objeto é posto em um recipiente e enterrado em determinado lugar para ser aberto anos depois. Um notório exemplo é da "Voyager Golden Records", que é nada mais do que uns discos dourados que foram enviados ao espaço em meados de 1977, em satélites, com intuito dos seres humanos do futuro compreendam como era a nossa vida naquela época. E claro, também é bem informativo para os extraterrestres! ( Haha ). Cada disco possui uma coletânea de imagens e sons referente a época.
Dito isso, acredito que já tenha percebido do que se trata "A Vida em Um Dia". Nas próprias palavras de Macdonald:

" Eu pretendo fazer uma cápsula do tempo".   


Mas, o que houve de extraordinário neste dia? Sinceramente, não houve nada. O que houve foi a representação do cotidiano humano. Vimos um pouco do dia de um pai solteiro cuidando de seu filho, a rotina da vida de agricultores e pastores cuidando de suas plantações e animais. Vimos a riqueza da vida de algumas pessoas e a pobreza de outras. 

Porém dizer que não há nada de extraordinário nessas vidas é apenas questão de ponto de vista. Para mim, cada filmagem mostrada, cada história contada neste único dia foi sensacional. Saber que em um momento há uma criança nascendo em hospital e do outro lado do mundo tem uma mãe que anseia por um dia ter filhos é emocionante. Assim como o fato de um garoto peruano, que trabalha como engraxate, dizer que ama seu pai, pois o mesmo lhe dá comida é tocante. 

>> 3 PERGUNTAS <<

Aqueles que estão sendo filmados são questionados no decorrer do dia. "O que você ama?", "O que você tem no bolso?" e "O que você tem medo?". Então nesses momentos em que percebemos uma singularidade cultural, religiosa e sinceramente humana.   

Mesmo que não haja um script, um roteiro a ser seguido, essas três perguntas criam uma linha para o telespectador seguir. E brevemente nos conecta com as pessoas que estão nas filmagens. E desse ponto em diante percebemos vários sentimentos distintos. Vaidades, alegria, raiva, medo, angustia. 
     
Infelizmente o documentário peca em fluidez, tornando-se um pouco arrastado em certos momentos do filme. Em contrapartida, todo o processo de trilha sonora alivia toda a sensação de lentidão. A composição de Harry Grergson-Williams ( Perdido em Marte ) para este projeto foi sem dúvida um trunfo. Uma das cenas que eu achei particularmente fortes e estarrecedoras foi a do canto de três mulheres africanas, que esmagavam algum tipo de grão, batendo neles com um pequeno porrete. Neste momento as cenas intercalavam entre as mulheres, o abate de animais de uma forma cruel, em um lugar mais "moderno", e as pessoas a pescar e plantar de forma mais natural. Tudo seguido o ritmo da canção e das batidas que se assemelham muito a um coração batendo. 

Lógico que durante o decorrer do filme encontramos várias coisas para nos conectar com ele de certa forma. Um pensamento de alguma pessoa, um cenário único, o estilo de vida de alguém. Tudo representado de uma forma extraordinária. Mas a ultima cena, normal em sua essência, nos transmite uma mensagem singular. 

"Mesmo que nada de extraordinário tenha ocorrido hoje, sinto que algo aconteceu!" 
Assista ao doc aqui:




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